Pra quem ainda não leu, eu escrevi um artigo sobre a educação infantil aqui na Escócia lá no site Brasileiras pelo Mundo. Contei, nesse artigo, sobre a mentalidade que eles têm por aqui de não deixar que as condições climáticas interfiram nos planos deles, o que é algo muito sábio de se fazer em um país como esse. Afinal, se o povo se escondesse em casa porque está chovendo, ou frio, ou com vento, ou etcs, não sairiam quase nunca. Faz sentido ignorar o clima quando se considera que a Escócia tem poucos dias de verão por ano (verão aqui, considero temperaturas acima de 20 graus – este ano foram 3 dias entre 20 e 22). Ou seja, não dá pra esperar um dia melhor, mais quentinho, ou cancelar passeios porque a previsão é de chuva. Mesmo porque, via de regra, daqui a pouco a chuva passa, e sai o sol, e o processo se repete outras tantas vezes – welcome to Scotland.
Eu ainda me impressiono com a escolinha do meu filho e seus passeios ao ar livre. Moramos em um vilarejo pequeno, então a escola é completamente rodeada por natureza. Tecnicamente, eles não precisariam fazer esses passeios, porque quando brincam no playground da própria escola, já estão cercados de verde e o espaço é grande. Mas mesmo assim, quase toda semana, tem uma excursão para a praia (tem uma praia a cinco minutos de caminhada e outra a dez minutos). E não importa muito o tempo, eles vão de qualquer jeito.
No início, cometi um erro bem de novata mesmo. Levei meu filho pra escola de botas, um super casacão impermeável com gorro, bem quentinho, mas de calça jeans. Quando fui buscá-lo, ele estava usando calças de chuva emprestadas da escola.
Eu acho que nunca tive “calças de chuva” na minha vida. Mas agora todos temos, e são indispensáveis pra conviver bem com o clima daqui. Outra coisa que aprendi com os escoceses é a não usar guarda-chuva. No meu primeiro mês aqui, perdi uns 4 quebrados no vento, e então desisti e comecei a reparar as pessoas na chuva: a maioria simplesmente puxa o gorro do casaco e sai andando normalmente. A chuva nem costuma durar muito mesmo, e aí se tem uma coisa a menos pra ficar carregando. E como quase todos os casacos de frio são impermeáveis e com gorro, fica fácil andar na chuva.
Sei que nos países escandinavos, como Noruega e Finlândia, também existe essa filosofia de aproveitar a natureza mesmo sob o frio extremo. E eles dizem que não existe frio demais, existe é roupa de menos. Será?!? Hoje eu passei cerca de uma hora em um frio de -1 grau e outra hora e meia no quentinho pra voltar a sentir meus dedos dos pés. E eu estava de botas e meias térmicas. Talvez seja uma combinação de roupas + resistência adquirida. Acho que dá pra se acostumar e criar resistência ao frio. Meu filho não parece sentir tanto frio quanto eu. Ele nunca reclama de frio, e quer sempre ficar longas horas ao ar livre, não importando se está chovendo, ventando, o que for. Eu sempre sofri muito com o calor do Brasil, e estou adorando morar em um lugar mais frio, mas ainda não consigo ficar longas horas ao ar livre no inverno. Quem sabe, daqui a alguns (muitos) anos…
Rafaela
´Como assim????? prefiro o calor, no Arroio do Silva!! heheh brincadeira…. Dúvida: Tem muito “carrasco” por ai? aqueles sapinhos que qdo éramos pequenas as mães diziam que se deixássemos eles grudarem em nós, nunca mais sairiam….
Anelise
Nenhum!!! Nem mosquito, nem barata, nem formiga…. dá pra deixar um bolo de chocolate inteiro em cima da mesa, destampado, o dia todo… Mas tem aranha. Muitas, no verão.
Sabe um inseto que sinto falta? Cigarras!!Da cantoria delas…
Celio
Adorei o posto, odiei as aranhas do comentário kkkk