Em 1158, o rei escocês David I resolveu caçar nos bosques ao redor do Arthur’s Seat, perto de onde ele mantinha um alojamento de caça. Ia feliz e saltitante, quando, do nada, um grande cervo branco apareceu e assustou seu cavalo. O rei caiu, e se viu em perigo mortal ao perceber que o cervo estava vindo para cima dele.
Existem algumas versões diferentes do que ocorreu a seguir: uns dizem que o rei agarrou os chifres do cervo, no desespero, outros dizem que uma sombra prateada apareceu entre os dois, detendo o animal. Mas a parte importante e consensual é que, em seguida, uma cruz brilhante apareceu entre os chifres do grande cervo branco, que ficou apenas parado, olhando o rei, antes de ir embora.
Se fosse na Grécia, o evento seria considerado uma intervenção divina de Ártemis. Mas, sendo Escócia, St Andrews apareceu para o rei em um sonho, naquela noite, e disse que ele deveria fundar uma abadia no local, em agradecimento pelo milagre.
E assim surgiu a Abadia de Holyrood (“rood” é uma palavra do inglês antigo que significa “crucifixo/cruz), e o alojamento de caça foi, aos poucos, se transformando em um palácio real (o Holyrood Palace).
Em ruínas há muito tempo, dizem que a abadia inspirou Felix Mendelssohn a compor sua “Sinfonia Escocesa” após uma visita em 1829. A figura do cervo com a cruz entre os chifres aparece no portão do palácio, no alto da igreja de Canongate, e em vários outros locais dos arredores da abadia.
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