Fantasmas do Castelo de Edimburgo: The Lone Piper

A Escócia é um dos países mais mal assombrados do mundo. E Edimburgo é considerada a cidade mais assombrada da Escócia. Dizem que, quando se caminha pela cidade velha, nunca se está a mais de um metro de distância de um corpo enterrado. 

E o Castelo de Edimburgo, construído no topo de um vulcão extinto, é considerado o lugar mais assombrado da cidade. Escavações arqueológicas encontraram evidências de que o terreno onde hoje fica o castelo era habitado desde pelo menos 850 a.C, e inúmeras fortificações foram construídas ali. O lugar é tão antigo que antes mesmo de ser mencionado em documentos históricos, ele já estava incluído em mitos e lendas antigas. 

Um poema do século VII menciona que no local havia o “Castelo das Donzelas”, um santuário para as “Nove Donzelas”, uma das quais era Morgana le Fay, a irmã feiticeira do Rei Arthur. Foi mais ou menos nessa mesma época que a cidade de “Din Eidyn” foi tomada pelos ingleses e renomeada “Edinburgh”. 

 Mas o Castelo de Edimburgo, como é hoje, data do século XII, quando o Rei David I construiu uma pequena capela ali, em homenagem à sua mãe. Ao redor, outras edificações foram construídas posteriormente, ocupando toda a rocha do castelo. 

Durante a sua história, o Castelo de Edimburgo foi atacado,  sitiado e invadido 23 vezes, mais do que qualquer outro castelo no mundo! Ele já foi queimado, saqueado, quase que completamente destruído, e palco de inúmeras mortes, tragédias, torturas e execuções. Então nem é de se admirar que o local tenha essa reputação de ser assombrado. Há centenas de relatos (tanto de visitantes quanto de funcionários do castelo) sobre aparições e atividades paranormais por ali. Pessoas dizem sentir presenças invisíveis, ou se sentirem cutucadas. Veem vultos ou sentem uma queda súbita na temperatura do local. 

Pra “piorar”, dizem que existe, saindo do Castelo, uma rede de túneis subterrâneos que percorrem toda a Royal Mile, descendo a rua até a Abadia de Holyrood, a quase 2 kms de distância.

Séculos atrás, quando esses túneis supostamente foram descobertos, um jovem “piper” (tocador de gaita de foles) foi enviado para caminhar por um deles, enquanto tocava sua gaita. O plano era que as pessoas, em cima,  pudessem ir ouvindo a música da gaita de foles, acompanhando o percurso e mapeando o túnel em um mapa.

Só que, lá pela metade do caminho, perto da Tron Kirk, a música parou de repente. E o piper nunca mais foi encontrado, apesar de intensas buscas e apesar de todos os túneis terem sido descobertos e explorados posteriormente. 

Dizem que, até hoje, o fantasma dele ainda caminha pelos túneis da cidade velha, e às vezes mesmo pela superfície ou pelos arredores do castelo. Às vezes, a música dele, como um lamento esvanecido, pode ser ouvida. 

O “Lone Piper” é lembrado todos os anos, em agosto, durante o Edinburgh Military Tattoo, um show de músicas e danças tradicionais que acontece na esplanada do castelo. No final do evento, todas as luzes são apagadas, tudo fica em um silêncio total, e aí um piper aparece no alto do castelo, sozinho, e toca uma música lamuriosa. O nome desse número é “The Lone Piper”, e a música é uma homenagem não só para o jovem piper que desapareceu mas também para todos aqueles que perderam suas vidas dentro e ao redor do castelo.