Embora a maneira de se vestir tenha mudado e variado bastante ao longo do tempo, quando se pensa em roupa típica escocesa, se pensa, claro, no kilt, e nas roupas tradicionais das Terras Altas.
Mas não pensem que é só vestir uma sainha quadriculada (aliás, é um ultraje chamar assim, 😆 é sempre “kilt” e “tartan”). Existe toda uma tradição que envolve uma série de acessórios e detalhes.
Como o verão, este ano, caiu em uma sexta-feira 😆, resolvemos dar um rolê por Perthshire, pra fugir das praias lotadas de um dia de 25-26 graus. Parece estranho querer fugir da praia justamente em um dos melhores dias do ano para se ir à praia, mas se vocês, como eu, moram na praia, sabem que é bem nestes dias cheios que a gente prefere nem ir. Privadas de sol e calor pela maior parte do ano, as pessoas vão à loucura quando os termômetros ultrapassam os 20 graus e o sol dá o ar de sua graça. E não pensem, queridos leitores, que a curtição aqui é digna de um país desenvolvido. A praia fica tão imunda quanto lotada (e a regra de distanciamento social é completamente ignorada), fazendo com que os moradores locais tenham que sair para limpar o lixo, no dia seguinte. Garrafas de cerveja, vinho, champanhe, do que for, jogadas pelo chão, pacotinhos de salgadinhos sendo levados pelo mar e, ao fim da tarde, levas e mais levas de jovens voltando da praia, alguns caindo pelas ruas gritando, fazendo cena e achando que arrasam. Porque todos os lugares possuem o seu lado “B” (de “bad”, nesse caso), e a Escócia não é a exceção.
Mas tudo estava lindo e civilizado nos jardins deste castelo que tem nome de pãozinho.
Construído em 1844, em homenagem a Sir Walter Scott, o escritor mais famoso da Escócia, autor de Ivanhoé, Waverley, entre outras obras. É o segundo maior monumento a um escritor no mundo, perdendo apenas para o monumento a José Martí, em Cuba.
A maioria das pessoas que vem para a Escócia a passeio acaba se deparando com o famoso haggis, o quitute nacional. Às vezes, ele aparece disfarçado, no saudável café da manhã escocês:
Ou acompanhando o purê de batata:
Ou inteiro, em toda a sua glória e sua beleza fora dos padrões culinários:
Há pouco mais de dois anos, o Pedro chegou em casa da escola me dizendo que precisava levar dinheiro no dia seguinte para comprar uma flor de papel. Me explicou que os meninos da sexta-série estavam vendendo, que era colorida e que ele precisava comprar porque quem tivesse a flor viveria para sempre. E ele queria viver para sempre, então precisava da tal flor de papel. Precisava levar dinheiro pros meninos da sexta-série urgentemente!! E não soube me dar mais nenhum detalhe ou explicação.
Minha cabeça de mãe brasileira já pensou: “É golpe! ” E imaginei que os meninos da sexta-série estivessem passando a conversa nos pequenos.
Falei pra ele que, na manhã seguinte, levariamos o dinheiro e ele me apontaria os supostos meliantes. Mas, assim que chegamos, vi uma poppy no peito de uma das crianças e entendi tudo.