Em outubro de 1939, um submarino alemão passou por entre as ilhas que compõem o arquipélago de Orkney e afundou um encouraçado britânico, fazendo com que. Winston Churchill tomasse a decisão de construir barreiras marítimas no local, para proteção. A falta de mão-de-obra para construir as barreiras coincidiu com a captura de milhares de soldados italianos que lutavam no norte da África. O governo britânico decidiu, então, levar 1000 desses prisioneiros de guerra italianos para as Ilhas Orkney, e utilizá-los na construção.
Só que esses italianos, depois de um tempo em terras remotas escocesas, morando no acampamento de prisioneiros, sem vinho, sem tarantella, sem uma mamma que fizesse uma boa macarronada, e provavelmente cansados de viver à base de bacalhau ensopado, resolveram que precisavam rezar, e pediram permissão para construir uma capela.
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Apesar de ter sempre morado perto do mar, eu nunca fui de curtir a praia da maneira mais popular: se esquentando no sol e se refrescando na água. Pra mim, a praia sempre teve mais graça no outono e no inverno, quando ficava vazia e eu podia simplesmente andar por ela, sentindo a areia gelada sob os pés descalços, escutando o barulho das ondas e dos pássaros, enquanto pensava em coisas da vida ou examinava a areia, em busca de conchinhas e outros “tesouros” que a maré traz.
Mas aqui na Escócia tem uma coisa que eu nunca encontrei nas praias do sul do Brasil: vidros marinhos.
Há pouco mais de dois anos, o Pedro chegou em casa da escola me dizendo que precisava levar dinheiro no dia seguinte para comprar uma flor de papel. Me explicou que os meninos da sexta-série estavam vendendo, que era colorida e que ele precisava comprar porque quem tivesse a flor viveria para sempre. E ele queria viver para sempre, então precisava da tal flor de papel. Precisava levar dinheiro pros meninos da sexta-série urgentemente!! E não soube me dar mais nenhum detalhe ou explicação.
Minha cabeça de mãe brasileira já pensou: “É golpe! ” E imaginei que os meninos da sexta-série estivessem passando a conversa nos pequenos.
Falei pra ele que, na manhã seguinte, levariamos o dinheiro e ele me apontaria os supostos meliantes. Mas, assim que chegamos, vi uma poppy no peito de uma das crianças e entendi tudo.
Além de “sol e calor”, obviamente. 😅
- Restaurante a quilo;
- Motoboy (aliás, motos são raras de se ver);
- Acostamento (existem espaços de paradas ao longo da rodovia, mas não acostamento);
- Ultrapassagens pelo acostamento (isso dava muita raiva);
- Gatos e cachorros de rua (existem sim bichinhos abandonados, mas são todos recolhidos, não se vê nenhum solto andando pelas ruas);
- Pet shop vendendo gatos e cachorros (aqui é bem regulamentado, só criadores podem vender. Mesmo assim, existe contrabando e imensas maldades com animais, mas não podem ser vendidos em lojas);
- Babás com uniformes (sabe aquelas madames que fazem as babás usarem uniforme branco o tempo todo? Impensável por aqui);
- Estudantes de medicina, odonto, enfermagem, nutrição e etcs desfilando pela rua de jaleco (sabe esses também? Igualmente impensável);
- Centro espírita, terreiro de umbanda, igrejas evangélicas (Church of Scotland de balde, algumas igrejas católicas perdidas aqui e ali, uma e outra Testemunha de Jeová, e um Centro de Cientologia em Edimburgo)
- Carros com porta-malas aberto e som a todo volume em praças, postos de gasolina, praias, etc (Impensável também)
- Vendas de catálogo em casa tipo Avon, Natura, Hinode e afins;
- Síndico de prédio (os prédios aqui não possuem síndico e nem condomínio. A organização é meio anárquica/societal….quando algo precisa de conserto, algum morador toma a frente e organiza uma vaquinha… sem crises, geralmente);
- Reunião de condomínio (vide acima);
- Porteiros em prédios;
- Guardas em casas;
- Vigias nas ruas;
- Muros altos nas casas (a maioria tem muros baixos. Quando possuem muros altos, é por algum motivo específico. Por ex, a casa da JK Rowling, em Edimburgo, tinha um muro verde de mais de 2 m de altura);
- Lotérica (conta se paga por internet banking, e apostas se faz em mercado, postos de gasolinas, lojinhas de esquina);
- Bancas de revista (jornais e revistas se compra nos mercados, postos de gasolina, lojinhas de esquina)
- Boleto bancário (a gente se livra deles aqui, nas não das contas, infelizmente)
- Carnê de parcelamento em lojas, tipo Casas Bahia, Renner, etcs (ou você paga à vista, ou não compra. Exceção para algumas pouquíssimas coisas, quando o parcelamento é então através do banco);
- Parcelar no cartão (não existe comprar parcelado no cartão. Compra-se à vista e, se necessário, paga-se apenas a parcela mínima do cartão todos os meses, o que, na prática, acaba sendo um tipo de parcelamento);
- Guardas armados em portas de bancos (nunca vi; nem detector de metal)
- Policiais armados (Vi apenas uma vez, em Edimburgo, nos dias seguintes a uma ameaça de bomba);
- Cartório (contratos geralmente não exigem reconhecimento de firma, e autenticação de documentos pode ser feita por advogados);
- Panfleteiros (a não ser na Universidade, ou durante o Fringe!);
- Vendedores e malabaristas no semáforo;
- Camelôs e vendedores de rua no geral (só em feirinhas. Nem pensar um cara sentado em um banquinho vendendo óculos de sol relógios e chips de celular);
- Caroneiros (nunca vi ninguém pedindo carona nas estradas);
- Cobrador e catraca em ônibus (o próprio motorista cobra e emite o ticket);
- Salgadinho de festa (ao invés de coxinha e pastelzinho, sanduichinhos de pepino e palitos de cenoura);
- Bater palmas ao cantar “Parabéns”, e depois também, e o “É big, é big…” ou o “Com quem será…” (aqui se canta um “Happy Birthday” baixinho, sem palmas, tranquilinho…. bem diferente daquela coisa ultra animada e sem fim do Brasil – que aliás prefiro!)
- Festas chiques, caríssimas e mega decoradas para bebês de 1 ano (geralmente, é um bolinho em casa, no silêncio do “Parabéns” baixinho – acho até que bebês preferem assim)
- Chás de bebê chiques, caríssimos e mega decorados (aliás, chás de bebê nem são tão populares assim);
- Buzinar para agradecer, ou para cumprimentar (buzina é “alerta”. Quando a gente quer agradecer algum carro que deu passagem, ou cumprimentar alguém, um leve aceno com a mão é suficiente);
- Vendinhas de beira de estrada (sabe o caldo de cana com pastel na BR? Impensável… infelizmente!)
- Senha no banco (os britânicos gostam é de fila mesmo);
- Furar fila (ah, nem tente!)
- Cadeiras e mesas de plástico de marcas de cerveja;
- Postes de luz com fios emaranhados e “gato” (a gigantesca maioria é subterrânea. Não os “gatos”, a luz);
- Frentista (a gente mesma abastece o próprio carro e depois entra na lojinha para pagar o valor. Ou, alternativamente, paga com o cartão na própria bomba);
- Flanelinha (sabe aquele que sinaliza dizendo “aqui, ó tia, pode deixar aqui que tá bem cuidado!” e depois tem que dar um troco pra ele? Não existe aqui);
- Trotes de vestibular (sabe aquele cara descalço, com cara pintada, que fica no semáforo segurando placa de “calouro” e pedindo dinheiro porque é calouro? Aqui, só se a cara fosse pintada de azul, a placa fosse de “Yes!” e o cara fosse um independentista completamente bêbado!)
Mora ou já morou na Escócia e lembrou de mais alguma? Me conta pra que a lista fique mais completa. 😉
Milhares de turistas visitam a Escócia todos os anos, e grande parte deles faz questão de ir até o Lago Ness para, quem sabe, avistar algo suspeito nadando em suas águas. Anualmente, são computados centenas de novos avistamentos. Muitos deles são facilmente identificáveis como sendo focas, troncos ou ondas – as águas do Ness possuem uma corrente interna que às vezes se move na direção contrária da externa, criando uma ilusão de ótica bastante convincente de “corcundas”. Mas muitos outros ficam sem explicação.
Os avistamentos mais convincentes costumam aparecer nos jornais daqui. Lembro de ter achado graça de um relato que li, de um sujeito que trabalha em uma destilaria de whisky ali perto e, quando estava voltando para casa, diz ter visto o monstro e bateu uma foto estranha de movimento nas águas. Lembrei, na hora, do guia da excursão que fiz a primeira vez que fui ao Lago Ness, e da resposta que ele me deu quando perguntei o que ele achava da lenda: “Bem, muita gente de confiança relata ter visto algo estranho….mas, você sabe, gente de confiança também bebe whisky….”
Aliás, para os escoceses, não existe um “monstro” no Lago Ness, e sim uma “monstra”, carinhosamente apelidada de Nessie. Meu filho, aos 4 anos, aprendeu na pré-escola do nosso vilarejo que Nessie é muito tímida, e por isso se esconde das pessoas. As professoras mostraram fotos e contaram histórias dos avistamentos mais famosos. Nessie é tão popular que já virou protagonista de filmes, livros, e até de um curta metragem da Disney intitulado “A Balada de Nessie”:
O início da lenda data do século XI, quando São Columba relatou ter salvo um morador local do monstro, ordenando que ele voltasse às profundezas do Ness.