Diz a lenda que, a oeste da ilha de Rousay, em Orkney, existe uma ilha misteriosa que aparece e desaparece. Embora muitos locais afirmam já ter visto a ilha, em dias claros, ninguém consegue chegar até ela.
Há muito, muito tempo atrás, uma moça desapareceu, perto da costa. Família e amigos procuraram em terra e mar, inutilmente, e acabaram acreditando que estava morta.
Anos depois, o pai e o irmão da moça estavam pescando, em seu barco, quando uma névoa densa cobriu o mar. Eles não conseguiam ver nada além de uns poucos palmos de distância, e não faziam ideia de para onde a maré os estava levando.
Sentiram uma batida e perceberam que o barco havia tocado terra. A única ilha que havia naquela região era Eynhallow. Acreditando estar nela, eles desceram do barco e saíram para procurar abrigo, enquanto a névoa, vagarosamente, se dissipava.
Avistaram uma grande casa, de estilo diferente de tudo que já haviam visto. Com certeza, não estavam em Eynhallow. Intrigados, bateram na porta e, quando esta se abriu, lá estava a filha e a irmã perdida no mar, anos atrás. Ela os acolheu com imensa felicidade, contou que estava morando nesta ilha e que havia casado com um “homem do mar” (muitos acreditam que existe um “povo do mar”, uma mistura de sereias e fadas, que mudam de forma e ocasionalmente visitam os humanos) e que estava feliz ali. Não queria voltar para casa, apesar das súplicas de seu pai.
Chegou a hora de se despedirem, e a moça deu a eles uma faca, que permitiria que eles voltassem para visitá-la quando quisessem. Eles partiram, mantendo os olhos na misteriosa ilha, para não perder sua localização. Mas o homem deixou a faca cair no mar e, ao se distraírem com isso, olharam para o outro lado. Quando olharam de novo para onde estava ilha, não havia nada além de um imenso mar.
Dizem que, se alguém quiser chegar até a ilha, deve segurar um pedaço de metal (semelhante à faca que a moça deu ao pai) e navegar em direção a ilha sem soltar o metal e sem tirar os olhos dela por um segundo sequer. Mas, desde aquela época, ninguém conseguiu.
Duncan J Robertson’s ‘Orkney Folk-Lore’, published in Vol I Proceedings of the Orkney Antiquarian Society, 1922-23, 40.
Gianandrea
Ahhh, os escoceses e seus causos são cheios de mistério… adorooo!
Luciana Silva
Essas histórias… <3